domingo, 21 de junho de 2009

CONSUMIDOR CONSCIENTE

CONSUMIDOR CONSCIENTE – é quem consome o que necessita, sem desperdiçar nada. Além de economizar dinheiro, causa menos resíduos no seu ambiente e ajuda a preservar os recursos naturais.

1 – Vazamentos de água:
Confira sempre o seu consumo de água: se houver variações confira os canos antes que se tornem um problema
Vazamentos podem ser evidentes, visíveis como uma torneira pingando. Ou podem estar escondidos, no caso de canos furados ou de vaso sanitário com vazão constante da descarga . No primeiro caso, providencie o quanto antes o conserto. No último, verifique o vazamento jogando cinzas ou pó no nível de água da privada e observe por alguns minutos. Se houver movimentação da cinza ou se ela sumir, existe vazamento, que deve ser consertado o mais rápido possível.
Outra maneira de detectar vazamentos escondidos é através da observação do hidrômetro (ou relógio de água) da casa: feche todas as torneiras e desligue os aparelhos que usam água (só não feche os registros na parede que alimentam as saídas de água). Anote o número indicado no hidrômetro e confira depois de algumas horas para ver se houve alteração ou observe o círculo existente no meio do medidor (meia-lua, gravatinha, circunferência dentada) para ver se continua girando. Caso haja alteração nos números ou movimento do medidor, há vazamento. Confira em qual setor da casa fechando os registros por setor da casa, um de cada vez.

2 – No Banheiro

- O chuveiro elétrico é um dos aparelhos que mais consome energia. O ideal é evitar seu uso em horários de maior consumo (de pico): entre 18h e 19h30min e, no horário de verão, entre 19h e 20h30min;

- quando o tempo não estiver frio, deixe a chave de temperatura na posição menos quente (morno);

- tente limitar seus banhos em aproximadamente 5 minutos. Feche a torneira enquanto se ensaboa;

- instale torneiras com aerador (“peneirinhas” ou “telinhas” na saída da água). Ele dá a sensação de maior vazão mas, na verdade, faz exatamente o contrário.

- jamais escove os dentes ou faça a barba com a torneira aberta;

- caso seja viável, instale redutores de vazão em torneiras e chuveiro;

- quando construir ou reformar, dê preferência às caixas de descarga no lugar das válvulas.

3) Na cozinha

- Use também o redutor de vazão e torneiras com aeradores;

- ao lavar a louça, use uma bacia ou a própria cuba da pia para deixar os pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem. Isso ajuda a soltar a sujeira. Depois, use água corrente somente para enxaguar;

- se usar a máquina de lavar louça, ligue-a somente quando estiver com toda sua capacidade preenchida;

- para lavar verduras, use também uma bacia para deixá-las de molho (pode ser inclusive com algumas gotas de vinagre ou com solução de hipoclorito), passando-as depois por um pouco de água corrente para terminar de limpá-las;

- procure consumir alimentos livres de agrotóxicos. Os agrotóxicos podem causar danos ao meio ambiente e a sua saúde. Dê preferência a produtos orgânicos.

4) Na Lavanderia (ou área de serviço)

- Deixar as roupas de molho por algum tempo antes de lavar também ajuda aqui;

- ao esfregar a roupa com sabão use um balde com água que pode ser a mesma do molho e mantenha a torneira do tanque fechada. Água corrente somente no enxágüe!

- Use o resto da água com sabão para lavar o seu quintal;

- se tiver máquina de lavar, use-a sempre com a carga máxima e tome cuidado com o excesso de sabão para evitar um número maior de enxágües;

- caso opte por comprar uma lavadora, prefira as de abertura frontal que gastam menos água que as de abertura superior;

- evite utilizar o ferro elétrico quando vários aparelhos estiverem ligados na casa para evitar que a rede elétrica fique sobrecarregada;

- habitue-se a juntar a maior quantidade possível de roupas para passá-las de uma só vez;

- se o ferro for automático, regule sua temperatura. Passe primeiro as roupas delicadas, que precisam de menos calor. No final, depois de desligá-lo, você ainda pode aproveitar o calor para passar algumas roupas leves.

5) No quintal, jardim e vasos

- Cultive plantas que necessitam de pouca água (bromélias, cactos, pinheiros, violetas);

- aproveite sempre que possível a água da chuva. Você pode armazená-la em recipientes colocados na saída das calhas e depois usá-la para regar as plantas. Só não se esqueça de tampar esses recipientes para que não se tornem focos de mosquito da dengue!

- Para lavar o carro use balde em vez de mangueira;

- não regue as plantas em excesso nem nas horas quentes do dia ou em momentos com muito vento. Muita água será evaporada ou levada antes de atingir as raízes;

- molhe a base das plantas, não as folhas;

- utilize cobertura morta (folhas, palha) sobre a terra de canteiros e jardins. Ela diminui a perda de água;

- ao limpar a calçada, use a vassoura, E NÃO ÁGUA para varrer a sujeira! Depois, se quiser, jogue um pouco de água no chão, somente para "baixar a poeira". Para isso, você pode usar aquela água que sobrou do tanque!


6) Geladeira/Freezer

- Na hora de comprar, leve em conta a eficiência energética certificada pelo selo Procel Programa de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica;

- coloque o aparelho em local bem ventilado, evitando a proximidade com o fogão, aquecedores ou áreas expostas ao sol;

- no caso de instalação entre armários e paredes, deixe um espaço mínimo de 15 cm dos lados, acima e no fundo do aparelho.

Ao utilizar:

- evite abrir a porta da geladeira em demasia ou por tempo prolongado;

- deixe espaço entre os alimentos e guarde-os de forma que você possa encontrá-los rápida e facilmente;

- não guarde alimentos ou líquidos quentes;

- não forre as prateleiras com vidros ou plásticos porque dificulta a circulação interna de ar;

- faça o descongelamento do freezer periodicamente, conforme as instruções do manual, para evitar que se forme camada com mais de meio centímetro de espessura;

- conserve limpas as serpentinas (as grades) que se encontram na parte de trás do aparelho. Não as utilize para secar panos, roupas, etc.

- quando você se ausentar de casa por tempo prolongado, o ideal é esvaziar freezer e geladeira e desligá-los.

7) Lâmpadas

- Na hora de comprar, dê preferência a lâmpadas fluorescentes, compactas ou circulares, para a cozinha, área de serviço, garagem e qualquer outro lugar da casa que fique com as luzes acesas por mais de quatro horas por dia. Além de consumir menos energia, essas lâmpadas duram mais que as outras;

- evite acender lâmpadas durante o dia. Aproveite melhor a luz do sol, abrindo janelas, cortinas e persianas. Apague as lâmpadas dos ambientes quando estiverem desocupados;

- para quem vai pintar a casa, é bom lembrar que tetos e paredes de cores claras refletem melhor a luz, reduzindo a necessidade de luz artificial.

8) Televisão

- Quando ninguém estiver assistindo, desligue o aparelho;

- não durma com a televisão ligada. Mas se você se acostumou com isso, uma opção é recorrer ao “timer” (temporizador) para que o aparelho desligue sozinho.

9) Ar condicionado

- Na hora da compra, escolha um modelo adequado ao tamanho do ambiente em que será utilizado. Prefira os aparelhos com controle automático de temperatura e dê preferência às marcas de maior eficiência, segundo o selo Procel;

- ao instalá-lo, procure proteger sua parte externa da incidência do sol (mas sem bloquear as grades de ventilação);

- quando o aparelho estiver funcionando, mantenha janelas e portas fechadas. Desligue-o quando o ambiente estiver desocupado;

- evite o frio excessivo, regulando o termostato;

- mantenha limpos os filtros do aparelho para não prejudicar a circulação do ar.

10) Aquecedor (boiler)

Na hora da compra:

- escolha um modelo com capacidade adequada as suas necessidades e leve em conta a possibilidade do uso de energia solar;

- dê preferência a aparelhos com bom isolamento do tanque e com dispositivo de controle de temperatura.

Ao instalar:

- coloque o aquecedor o mais próximo possível dos pontos de consumo;

- isole com cuidado as canalizações de água quente;

- nunca ligue o aquecedor à rede elétrica sem ter certeza de que ele está cheio de água.

Ao utilizar:

- ajuste o termostato de acordo com a temperatura ambiente;

- ligue o aquecedor apenas durante o tempo necessário. Se possível, coloque um ?timer? para que essa função se torne automática.

11) Seu Lixo

- Não jogue lixo nenhum na rua. Cerca de 40% do lixo recolhido é proveniente da coleta de rua. Essa coleta é mais cara e, além de enfeiar os lugares, traz sérios problemas aos moradores nas épocas de chuva, com entupimento de bueiros e estrangulamento dos corredores de água;

- aproveite integralmente os alimentos. Muitas vezes, talos, folhas, sementes e cascas têm grande valor nutritivo e possibilitam uma boa variação no seu cardápio;

- doe livros, roupas, brinquedos e outros bens usados que para você não têm mais serventia, mas que podem ser úteis a outras pessoas;

- leve sacola própria para fazer suas compras, evitando pegar as sacolas plásticas fornecidas nos supermercados. Se levar para casa as sacolas, reutilize-as como saco de lixo. Para o transporte de compras maiores, utilize caixas plásticas ou de papelão;

- procure comprar produtos reciclados - cadernos, blocos de anotação, envelopes, utilidades de alumínio, ferro, plástico ou vidro;

- escolha produtos que utilizem pouca embalagem ou que tenham embalagens reutilizáveis ou recicláveis - potes de sorvete, vidros de maionese, etc;

- não jogue lâmpadas, pilhas, baterias de celular, restos de tinta ou produtos químicos no lixo. As empresas que os produzem estão sendo obrigadas por lei a recolher muitos desses produtos;

- leve remédios, os que não usa e os vencidos, a um posto de saúde próximo. Eles saberão dar- lhes destino adequado;

- separe o lixo e encaminhe os produtos para reciclagem. Tente organizar em seu edifício, rua, bairro ou condomínio um sistema de coleta seletiva. Cada morador separa em sua residência materiais como vidro, plástico, latas de alumínio, papel, papelão e material orgânico, colocando-os em locais próprios. Informe-se nas companhias municipais de limpeza sobre a existência de cooperativas de catadores que poderão fazer a coleta em sua residência. Algumas empresas que fazem reciclagem recolhem, elas mesmas, o lixo já separado;

- utilize os dois lados da folha de papel para escrever, rascunhar ou imprimir. Aproveite melhor a área do papel. Para cada tonelada de papel que se recicla quarenta árvores deixam de ser derrubadas;

- procure se informar sobre as iniciativas de sua Prefeitura/Comunidade com relação ao lixo reciclável. Todos somos responsáveis pelo destino do lixo que geramos. Cobrar iniciativas e novos projetos de vereadores e prefeitos faz parte do nosso papel de consumidor. Também devemos estar informados das iniciativas já existentes, por mais simples que possam ser. Algumas instituições (igrejas e associações comunitárias) recebem material reciclável e com a venda arrecadam algum dinheiro que é destinado para obras sociais. Já existem empresas que compram esse material e, dependendo da quantidade, retiram-no periodicamente.

Cuidados com a coleta seletiva domiciliar:
Papel e Papelão, Jornais e Revistas, Cadernos e Folhas Soltas, Caixas e Embalagens Devem estar limpos e secos

Caixas devem estar desmontadas

Papel higiênico, papel plastificado, papel de fax ou carbono não devem ser colocados junto ao material reciclável.

Metais (ferrosos e não ferrosos), Latas, Alumínio e Cobre, Pequenas Sucatas, Devem estar limpos
Vidros, Copos, Garrafas, Potes ou Frascos Devem estar limpos e Podem ser inteiros ou quebrados

Plásticos (todos os tipos)

Garrafas, Sacos e Embalagens, Brinquedos e Utensílios Domésticos Devem estar limpos e sem tampa
Não coloque lâmpadas



Fonte: Comlurb/Rio de Janeiro-RJ

sábado, 16 de maio de 2009

AGENDA 21 MUNICIPAL DE IJUÍ


Em Ijuí, está sendo discutida a Agenda 21 Municipal desde 2008, num processo coordenado pela AIPAN – Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural, a 36ª Coordenadoria Regional de Educação, a Secretaria Municipal de Educação, a Coordenadoria Municipal de Meio Ambiente, o Conselho Municipal de Energia e Meio Ambiente e o Ministério Público.

A proposta de Agenda 21 Municipal está definida como o instrumento de planejamento visando constituição de uma sociedade sustentável, composta por proteção ambiental e justiça social, harmonizada com eficiência econômica. Ou seja, construir a discussão conjunta, entre poderes públicos e sociedade, do plano de ações que queremos para possibilitar o desenvolvimento sustentável e ambientalmente coerente em nosso município.

Considerando as diretrizes do documento internacional firmado por 179 paises em reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, no Rio de Janeiro, em 1992, a discussão será efetivada em diversas bases geográficas: ONU, Global, Nacional e Local (em nosso caso, municipal). No documento, são previstos: cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável, combate à pobreza, mudanças dos padrões de consumo, sustentabilidade dos assentamentos humanos, promoção das condições de saúde humana e das tomadas de decisão levando em conta a integração entre condições ambientais e desenvolvimento.

Neste sentido, planeja a proteção das condições da atmosfera, a integração do planejamento e do gerenciamento dos recursos naturais e dos ecossistemas frágeis, o combate ao desflorestamento e a luta contra processos de desertificação e seca.

Dentre os temas relevantes para Ijuí, destacam-se: promoção do desenvolvimento sustentável em atividades rurais e agrícolas, conservação e manejo da diversidade biológica, uso saudável da biotecnologia, proteção da qualidade dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, planejamento integrado dos recursos hídricos, controle e manejo correto de resíduos de todos os tipos e de uso de substâncias químicas ou radioativas.

A proposta de desenvolvimento desejada inclui que seja ambientalmente correto, socialmente justo, economicamente viável e eticamente sustentável. É possível isto? Acreditamos ser razoável, desde que a racionalidade ambiental com participação cidadã seja privilegiada sobre a racionalidade econômica e de resultados imediatos.

Em Ijuí, o processo iniciou em março de 2008, seguindo com divulgação na imprensa falada e escrita, com reuniões de sensibilização com professores nas escolas, coordenadas pela CRE e SMED, com produção de materiais didáticos a serem usados nas salas de aula, com disseminação dos preceitos da Agenda 21 em todos os órgãos possíveis, com palestras/oficinas sobre temas específicos (tais como resíduos sólidos, reciclagem, manejo de arborização, consumo de água e de eletricidade), com mobilização de empresas e grupos sociais específicos para efetivarem suas Agendas 21 internas.

Resultando das discussões, em maio de 2009 está sendo analisada na Câmara de Vereadores a Lei da Agenda 21, para formalizar as ações, agora coordenada pela nova Secretaria Municipal de Meio Ambiente, criada no final de 2005.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

ESTUDANDO MINERAIS 2: O CD ROOM DIDÁTICO MINERALOGIA: ESTUDAR, ENTENDER E CLASSIFICAR MINERAIS


Considerando que o processo de aprendizagem em Mineralogia depende de investigação e observação sistematizada de amostras e da compreensão das metodologias científicas de análise para culminar na classificação dos minerais, são indispensáveis referências de consulta de fácil acesso. Ao fazer análise da carência de materiais didáticos para estudar Mineralogia com alunos dos cursos de Química e Geografia, geramos propostas de construção de referenciais de consulta para atividades práticas.

Isto levou à elaboração de instrumentos que servem também para as atividades profissionais como professores do Ensino Básico ou como pesquisadores. Neste objetivo, aproveitou-se também a existência do banco de imagens digitais do acervo de amostras da COLEÇÃO DE GEOLOGIA, estruturado desde 2003 com apoio da FAPERGS, através do projeto ORGANIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA COLEÇÃO DE GEOLOGIA DA UNIJUÍ, bem como o andamento do projeto de extensão ESTUDO, DIVULGAÇÃO E APLICAÇÕES DA COLEÇÃO DE GEOLOGIA DA UNIJUÍ.

Tomando por base o arquivo MINERALOGIA – CONCEITOS BÁSICOS de Flávio Braz Machado, disponível na Internet em , os alunos do curso de Ciências – Licenciatura Plena em Química, pesquisaram em outras fontes e elaboraram detalhamento e ampliação da apresentação digital.



As atividades não tiveram a premissa de ineditismo, nem de construção de conhecimentos primários, mas pensou-se uma aprendizagem mediada, estabelecendo relações entre conceitos, métodos e situações de estudo. Inclusive iniciando alguns dos alunos na utilização da internet como ambiente para construção de conteúdos. Também, durante a elaboração, alguns estudantes que são professores da rede pública, já utilizaram parte deste material nas salas de aula do Ensino Básico.



Assim como durante o semestre os aluno “trocaram” informações entre si, já que algumas das pesquisas acabavam se sobrepondo quanto aos assuntos. Ao mesmo tempo, eles necessitavam entender na totalidade os conceitos que estavam organizando. A mediação atuava muito mais como organizadora dos assuntos, mantendo a distribuição entre os alunos/pesquisadores, nunca desestimulando as trocas de informações e as colaborações, sempre instigando o afã de entenderem o conjunto de conhecimentos.

Durante o processo e ao seu final, aconteceram apresentações objetivando também socializar os resultados entre o grupo de alunos.

A organização final está composta por 6 capítulos, todos eles ilustrados por fotografias obtidas no banco de imagens da Coleção de Geologia da UNIJUÍ e na rede digital internacional. São: CAPÍTULO 1 – CONCEITOS BÁSICOS DE MINERALOGIA; CAPÍTULO 2 – MINERALÓIDES; CAPÍTULO 3 – ORIGEM DAS ROCHAS; CAPÍTULO 4 – ORIGEM DOS MINERAIS; CAPÍTULO 5 – CLASSIFICAÇÃO SISTEMÁTICA DOS MINERAIS; CAPÍTULO 6 – PROPRIEDADES PARA IDENTIFICAÇÃO DE MINERAIS, subdividido em: 6.1 – PROPRIEDADES FÍSICAS E ÓPTICAS; 6.2 – PROPRIEDADES FÍSICAS E ÓPTICAS (cont.); 6.3 – PROPRIEDADES MORFOLÓGICAS.


A aplicação destes instrumentos como metodologia de ensino já apresentou resultados positivos com alunos de Licenciatura e Bacharelado em Química e em Geografia, com a qualificação da compreensão de estudos técnicos e sistemáticos de minerais, possibilitando classificação correta e cientificamente embasada, com distinguíveis melhorias na capacitação ao ensino e à pesquisa. Confirmou-se a eficácia de tais estudos como suporte de procedimentos científicos, não constituindo apenas interesse por curiosidade, embora saibamos do fascínio exercido pela beleza dos minerais e pelo seu valor econômico.

domingo, 22 de março de 2009

Estudando minerais 1: O caderno TABELAS DE CLASSIFICAÇÃO MACROSCÓPICA DE MINERAIS.

Quartzo variedade Ametista


Em 2004, a partir de análise da escassez de materiais didáticos sobre estudo de minerais, surgiu a discussão sobre uma proposta metodológica para classificação de minerais.
Neste sentido, elaborou-se uma metodologia de tabelas baseadas em índices que permitem a identificação da tipologia dos minerais com base científica.

Para isto, efetivou-se um conjunto de pesquisas que envolveram alunos dos cursos de Geografia – Licenciatura e Bacharelado, e de Ciências – Licenciatura Plena em Química, tendo por objetivo organizar documentos disponíveis em livros e na rede digital internacional .



Plagioclásio


Isto decorreu por acreditamos que conteúdos de Mineralogia devam ser desenvolvidos com metodologias práticas de identificação de propriedades de minerais para atingir sua classificação.

Estes estudos precisam ser desencadeados com procedimentos científicos, não constituindo apenas interesse por curiosidade, embora saibamos do fascínio exercido ao público em geral pela beleza dos minerais e pelo seu valor econômico.

Partindo de uma proposta metodológica nova de classificação de minerais, 47 alunos dos regimes Regular e Especial contribuíram nas pesquisas e ordenação dos conteúdos.

Após sistematização dos dados coletados, resultou a construção de 10 tabelas que permitem estudar e classificar os 200 minerais mais importantes e comuns nas rochas da litosfera.

Para cada mineral, as tabelas fornecem informações de propriedades analíticas, tais como composição química, brilho, cor, traço, transparência, dureza, densidade relativa, clivagem, fratura, sistema cristalino, hábito, ensaios químicos mais relevantes, associações, ocorrência e usos.

As entradas das tabelas estão organizadas pelas propriedades mais diagnósticas: para os de brilho não metálico: cor; dureza; clivagem. Para os de brilho metálico e submetálico: cor do traço e dureza.

A aplicação desta metodologia com turmas desde o primeiro semestre de 2005 tem tido efeitos satisfatórios, qualificando a compreensão da importância de estudos técnicos e sistemáticos de Minerais e possibilitando a classificação correta e cientificamente embasada.

domingo, 8 de março de 2009

História do acervo de Geologia da UNIJUÍ

Os materiais geológicos (amostras de minerais, rochas e fósseis) que compõem atualmente a COLEÇÃO DE GEOLOGIA do Laboratório de Ensino em Ciências Sociais iniciaram com os primeiros materiais fósseis reunidos no Museu Antropológico Diretor Pestana. Consta no Relatório do MADP de 1967: “O Irmão Daniel Scargnin ofereceu ao Museu uma valiosa coleção de petrificações da época triássica, por ele mesmo achados e colhidos nas jazidas de Santa Maria.” Infelizmente, o nome do doador foi grafado de forma incorreta.

O recebimento destes materiais decorreu na organização de um componente novo no museu: a Seção Paleontológica. O Padre Daniel Cargnin, desde 1964, efetuava a organização do museu de ensino da Escola Superior de Estudos Filosóficos e Sociais do Colégio Máximo Palotino. Mais tarde, o padre Daniel transferiu o museu deste colégio para o Patronato Agrícola Antônio Alves Ramos, formando um único museu com o nome de Museu Vicente Pallotti. A partir de 1965, esta coleção foi o princípio do importante conjunto paleontológico mantido até hoje por esta escola técnica. No Relatório do MADP consta ainda que, “nos fins de 1967, a seção foi ampliada por alguns achados da época triássica colhidos em Santa Maria pelo assistente do Museu, prof. Pe. Danilo Lazarotto (Frei Camilo).”
Novas doações de fósseis ao MADP aconteceram em 1968 e em 1970, também pelo Irmão Daniel Cargnin. Em abril de 1971, ele veio proferir “aulas práticas” de limpeza de fósseis. Neste mesmo ano, foram recebidas doações de fósseis pelo prof. Sotero Dotti e por Arlindo Stragliotto e doações de fragmentos de rochas que foram incorporados à “Secção Geologia – Paleontologia”. Em 1976, o Relatório e Balanço da FIDENE refere que o Museu efetuou a doação de 40 “pedras” ao Departamento de Ciências da FAFI. O Relatório do Departamento de Ciências da FAFI registra o recebimento do material que foi colocado à “disposição de professores e alunos para a melhoria de suas atividades didático-pedagógicas no ensino de Ciências.”
Em outubro de 1981, a coleção de Paleontologia do MADP foi transferida para o Laboratório de Ciências. Diversas doações foram reunidas durante a década de 1970, originando um conjunto parcialmente classificado de amostras dispostas em gavetas e vitrines em um laboratório do prédio da Sede Acadêmica.
Somente a partir de 1984 as amostras foram estudadas de maneira científica, com classificação e organização sistematizada. Novos materiais doados, bem como coletas próprias, de alunos, ex-alunos, de professores, de outras instituições e da comunidade externa, ampliaram continuamente as coleções.
O acervo era mantido no laboratório de Biologia do segundo andar da Sede Acadêmica até 2000. Neste ano, as coleções foram transferidas para o novo ambiente do laboratório de Geologia e Zoologia do Campus da Linha 3 em Ijuí, bem como se iniciou a estruturação do acervo localizado no laboratório de Biologia do Campus Santa Rosa. Estas atividades de revisão e reestruturação dos materiais foram desenvolvidas pelo projeto ORGANIZAÇÃO DO LABORATÓRIO DE GEOLOGIA, mantido pelo Departamento de Ciências Sociais, com uma bolsista.
A partir de 2003 e com incorporação de diversas doações e coletas, tornaram-se possível ampliação e melhoras na sistematização das coleções. Naquele ano, com o Edital PROACERVO da FAPERGS, iniciou-se o projeto ORGANIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DA COLEÇÃO DE GEOLOGIA DA UNIJUÍ conjuntamente com uma bolsista, tendo como objetivo geral estudar e divulgar conhecimentos de geologia e metodologias de estudo e análise de minerais, rochas e fósseis. Previa também tomar imagens digitais de cada amostra e ampliar exposições em vitrines, podendo ser observadas em visitas acompanhadas/orientadas, conforme as possibilidades ou objetivos previstos. Ao findar o projeto, um total de quase 2.500 amostras estava alocado nos dois campi, usando a metodologia de catalogação criada em 1984. As coleções de amostras de materiais geológicos compreendem três seções: uma mineralógica, uma petrográfica e outra paleontológica.
Em setembro de 2004, as coleções foram transferidas para o Laboratório de Ensino em Ciências Sociais. A partir de 2005, o projeto ESTUDO, DIVULGAÇÃO E APLICAÇÕES DA COLEÇÃO DE GEOLOGIA, mantido pelo PIBEX-UNIJUÍ com duas bolsistas, possibilitou revisar os conjuntos de amostras, com vistas a seu uso didático, tanto com alunos da UNIJUÍ como em visitas, oficinas e palestras com estudantes no Ensino Básico.
Em 2007, outro projeto mantido pelo PIBEX-UNIJUÍ com uma bolsista, denominado MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE GEOLOGIA, continuou a manutenção das coleções e desenvolvendo pesquisa e planejamento de atividades e instrumentos de ensino sobre Geologia para os diferentes níveis. As coleções de amostras são provenientes da região onde o acervo está inserido bem como de outras regiões, privilegiando a significância de variedades e exemplificação, já que as coleções existem com objetivos de subsidiar atividades de ensino e pesquisa. Somavam 1.656 amostras em 2003 e totalizam atualmente 3.197 amostras e 3.230 imagens digitais. As fichas de cada amostra e as imagens formam um banco de dados digitais.
A COLEÇÃO DE MINERAIS abrange 1.702 amostras, sendo principalmente (86%) silicatos, onde os mais comuns são as diversas variedades de quartzo (SiO2), tais como ágatas de várias cores, ametistas, cristal de rocha, citrino e calcedônias, originadas por preenchimento de cavidades nas rochas vulcânicas que constituem o embasamento geológico da região norte do RS. Menos de 1% das amostras de quartzo é de origem plutônica, provenientes da porção sul do Estado. Contém ainda muitas espécies minerais de interesse didático, tais como hematita, zeólitas, micas, granadas, berilo (água marinha), serpentinas (amianto), talco, topázio, esmeralda, entre outras.

A COLEÇÃO DE ROCHAS é composta por 1.260 amostras, tendo predomínio (42,9%) do grupo das metamórficas que, embora não sejam comuns na nossa região, são as mais numerosas em tipologias na natureza e diversas delas têm uso decorativo, tais como mármores, quartzitos, gnaisses, xistos, filitos.

A COLEÇÃO DE PALEONTOLOGIA reúne um total de 235 fósseis, desde um esqueleto quase completo de rincossauro (um lagarto primitivo com cerca de 1,5 m de comprimento e 0,5 m de altura que foi comum (mais de 90% da fauna fóssil) na América do Sul e na África do Sul há cerca de 220-230 milhões de anos atrás, tinha crânio achatado e largo, era herbívoro e uma das presas comuns dos dinossauros carnívoros. Outros exemplares importantes são ossos de diversos outros répteis primitivos que viveram há cerca de 230 milhões de anos no Rio Grande do Sul: cinodontes (pequenos insetívoros ou carnívoros que deram origem ao grupo dos mamíferos), tecodontes (predadores quadrúpedes, com cerca de 1 metro de altura e mais de 3 metros de comprimento) e dicinodontes (herbívoros quadrúpedes com até 3 metros de comprimento). Podem ser vistas também algumas amostras de coprólitos (excrementos fossilizados) destes répteis. Compõem ainda a coleção vários fragmentos de troncos fósseis com idade de cerca de 200 a 210 milhões de anos, provindos do Município de Mata, bem como impressões de folhas de samambaias coletadas nas proximidades de Santa Maria, com mais de 220 milhões de anos. Ainda, existem alguns peixes fósseis com cerca de 70 milhões de anos, provenientes da região nordeste do Brasil, que se encontram inteiros ou fragmentados.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Movimentos Tectônicos



Os movimentos tectônicos são também classificados em Orogênicos e Epirogênicos.

OROGÊNESE é o termo usado para a formação de grandes cinturões de montanhas, seja pelo choque entre placas, seja por grandes falhamentos, seja pela acumulação de diversos episódios vulcânicos. Neste último caso, acontece quando repetidas erupções vulcânicas empilham-se, originando elevações na superfície continental ou no fundo do oceano. O exemplo atual mais evidente de orogênese é a Cordilheira do Himalaia.


EPIROGÊNESE é o termo usado para a movimentação vertical de extensas porções continentais, seja de soerguimento ou elevação (epirogênese positiva) seja de rebaixamento (epirogênese negativa). Este deslocamento pode ser originado tanto pelos movimentos tectônicos como pelas variações do nível do mar. Neste caso, para áreas continentais, acontece epirogênese positiva tanto se a placa for soerguida como se o nível da água do oceano diminuir. As alterações do nível do mar aconteceram no passado devido a mudanças climáticas globais que ocorreram repetidas vezes na história da Terra. A deformação causada na porção central da placa da América do Sul pelo seu choque com o fundo do Pacífico, dá origem ao rebaixamento de toda a região do Pantanal, que abrange Brasil e Paraguai.

Nas rochas, estes processos podem causar quebras ou dobras.

TECTÔNICA QUEBRÁVEL – usamos este termo para o que acontece com as rochas da Litosfera quando são submetidas a movimentos e estão “frias” e portanto se quebram, dando origem a
FALHAS, FRATURAS e DIACLASES. Esta última refere às “rachaduras” das rochas originadas durante sua formação.

TECTÔNICA DOBRÁVEL – quando as rochas são submetidas a pressões em regiões profundas, estando aquecidas. Resulta que as rochas são ‘dobradas’, ou seja deformadas, dando origem a rochas metamórficas.
Os processos tectônicos têm como importantes conseqüências os abalos sísmicos, que é assunto de outro texto deste blog.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

A Tectônica de Placas hoje em dia



Na atualidade, existem três tipos de contatos ou limites entre as placas tectônicas, decorrentes das movimentações com sentido divergente, convergente ou de deslocamento horizontal. Já apareceram nos esquemas usados em texto anterior.

Os tipos de limites atuais entre as placas tectônicas são: os Divergentes, os Convergentes e os Transformantes. Veja as explicações a seguir.

Placas Divergentes: quando duas ou mais placas se movimentam em direções contrárias entre si, afastando-se uma(s) da(s) outra(s). Esse processo acontece na atualidade principalmente nos limites de placas ao longo das cadeias meso-oceânicas, como a porção central do Oceano Atlântico, que só iniciou a existir depois que o continente de Gonduana se dividiu, ocorrendo a separação entre a América do Sul e a África, há cerca de 120-130 milhões de anos atrás. Essa região de separação de placas é chamada de Zona de Acresção. O nome decorre de que o magma existente na porção superior da Astenosfera sobe através de fendas, situadas na crista das cadeias submarinas, e extravasa-se formando um novo fundo oceânico. Originam-se cadeias de vulcões como extensas elevações submarinas, à semelhança de uma cadeia de montanhas continentais, cuja topografia é mais definida do que nas cadeias montanhosas existentes nos continentes - podem alcançar mais de 1.000 km de largura e 20.000 km de extensão e a sua crista é marcada por profundas fendas ou falhas, por onde o magma pode ascender. Aí também acontecem terremotos rasos.


Placas Convergentes: quando duas placas se chocam. Na maior parte das vezes, uma delas (a mais pesada) desliza por debaixo da outra – o que se denomina Subducção, formando profunda trincheira que penetra pelo fundo oceânico. A placa inferior desliza no interior da Astenosfera segundo um plano inclinado - entre 40ºa 60º com relação a horizontal. Essa região de junção de placas recebe o nome de Zona de Subdução ou Zona de Benioff-Wadati.
Mais de 3/4 dos terremotos do mundo ocorrem hoje em dia nesse tipo de limite de placas. É aí também que se encontram os sismos de foco profundo, com 300 a 700 km de profundidade. E são os de maior intensidade, causando vibrações intensas e deformações na litosfera. Ao subduzir para zonas mais profundas da Astenosfera a placa rígida encontra altas temperaturas podendo ser parcialmente fundida ou metamorfizada. Esse novo magma, que é menos denso que as rochas circunvizinhas, sobe através de zonas de fraqueza da crosta e extravasa-se sob a forma de vulcões. Aproximadamente 2/3 das erupções vulcânicas conhecidas ocorrem nesse tipo de limite de placas. E são as mais explosivas, porque contém muitos gases inclusive vapor d’água. Exemplo importante de placas convergentes é a de Nazca e a da América do Sul. A interação do movimento dessas placas possibilitou a formação da Cadeia dos Andes e a trincheira oceânica Chile-Peru. Na América do Norte, existe uma situação tectônica semelhante que deu origem às Montanhas Rochosas, do oeste dos EUA e Canadá.
Há três tipos de interação de placas convergentes: (1) convergência de duas placas oceânicas; (2) convergência de uma placa oceânica e uma placa continental; e (3) colisão de duas placas continentais.

(1) Se ambas as placas contém crosta oceânica, uma é empurrada abaixo da margem da outra, formando um cinturão magmático marcado por uma cadeia de ilhas conhecido como arco de ilhas. Como exemplo deste tipo de limites de placas pode ser citado o arco de ilhas que formam as Filipinas e a Indonésia.





(2) Se uma placa contém um continente, a crosta continental mais leve sempre resiste à subducção, forçando assim a placa oceânica a subduzir. A compressão pode deformar a margem continental e forma-se uma cadeia de montanhas sobre a margem da placa continental. As raízes profundas destas montanhas sofrem intenso metamorfismo e magmatismo. Os Andes sul-americanos constiuem exemplo deste tipo de colisão.



3) No caso de ambas as placas convergentes serem continentais, nenhuma delas irá subduzir para o manto, pois têm densidades semelhantes. Ambas as massas continentais são comprimidas, e os continentes são unidos em um único bloco continental, com uma cadeia de montanhas marcando a linha da sutura. A cadeia do Himalaia é o melhor exemplo deste tipo de orogênese colisional.

Placas em Movimento Horizontal ou Transformante ou Conservativo: quando o que separa as placas são deslocamentos laterais. O atrito entre as placas é grande de modo que podem ocorrer grandes esforços, metamorfismo e deformações nas rochas que, periodicamente, são liberados por meio de terremotos. As rochas são quebradas e ocorre vulcanismo de baixa intensidade. Para esse caso, o melhor exemplo é a falha de Santo André, na Califórnia, limitando a Placa Americana, com movimento geral na direção SE, da Placa do Pacífico, com movimento geral na direção NW. Veja o esquema mais a esquerda.

Todas as placas tectônicas atualmente existentes têm limites dentre os tipos acima comentados, sendo diferentes nos seus diversos lados. Veja o exemplo da Placa Sul-Americana, que é limitada, a leste, pela divergência da cordilheira meso-Atlântica, onde a litosfera é criada, no oeste, pela zona de subducção convergente, onde a litosfera oceânica é consumida, e ao norte e ao sul, por limites transformantes.
É interessante comentar que a África está atualmente se dividindo na sua porção leste. A Península Arábica foi originada pela quebra da porção nordeste do continente africano há cerca de 20 milhões de anos atrás, continuando hoje em dia a separação progressiva.